Mal súbito em Meia Maratona de João Pessoa causa morte de empresário

Meia Maratona

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A Meia Maratona de João Pessoa, realizada na manhã deste domingo (16), foi marcada por um episódio trágico. Um empresário sofreu um mal súbito próximo ao trecho final da prova e, apesar das tentativas contínuas de reanimação, não resistiu.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o momento em que ele cai e recebe massagem cardíaca de participantes e socorristas, enquanto a corrida seguia avançando ao redor.

Relatos de testemunhas indicam que o atendimento especializado demorou a chegar e que os primeiros procedimentos de ressuscitação foram iniciados por outros atletas, muitos deles com treinamento básico, mas sem acesso imediato a equipamentos adequados.

A demora levantou críticas nas redes sociais, sobretudo porque os primeiros minutos após um colapso cardiovascular são decisivos para a sobrevivência. Segundo pessoas que estavam próximas, o empresário já demonstrava sinais de mal-estar pouco antes de cair.

Apesar de aproximadamente meia hora de tentativas de reanimação, ele não recuperou a consciência e morreu no local. Até o momento, a organização da corrida não se manifestou oficialmente. Assista abaixo (via Sertão em Foco):

Possíveis causas para o colapso durante provas de resistência

Embora o laudo médico ainda não tenha sido divulgado, episódios como esse costumam estar associados a eventos cardíacos agudos desencadeados pelo esforço intenso. Arritmias graves, infarto do miocárdio, desidratação acentuada, alterações eletrolíticas e sobrecarga térmica estão entre os mecanismos mais prováveis.

Muitas dessas condições se desenvolvem de forma silenciosa e podem permanecer imperceptíveis por longos períodos, manifestando-se apenas quando o corpo é exigido ao extremo, como ocorre em provas de longa distância.

Especialistas destacam que nem sempre há sintomas prévios. Em muitos casos, o colapso é o primeiro sinal de que algo não vai bem. Isso reforça a importância de avaliações cardiológicas frequentes, especialmente entre pessoas acima dos 35 anos ou que possuem histórico familiar de doenças cardiovasculares.

A importância do atendimento rápido e da estrutura adequada

A velocidade do atendimento é fator determinante no desfecho de uma parada cardíaca. Quanto maior o tempo até o início das manobras adequadas e até a desfibrilação, menores são as chances de reversão. Por isso, provas de média e longa distância precisam contar com equipes distribuídas ao longo do percurso, pontos de apoio estruturados e presença de desfibriladores em locais estratégicos.

Quando esses protocolos não são seguidos ou quando há falhas de execução, a possibilidade de salvar a vítima diminui rapidamente.

O caso de João Pessoa evidencia a urgência de se discutir a preparação das equipes médicas em eventos esportivos. A ausência ou demora de um suporte especializado coloca participantes em risco, especialmente em provas com grande concentração de atletas.

Prevenção: um alerta para corredores e organizadores

O crescimento do número de corredores de rua no Brasil torna indispensável a adoção de medidas preventivas. Avaliações cardiológicas anuais, atenção aos sinais emitidos pelo próprio corpo, hidratação adequada e respeito aos limites de treino são fundamentais para minimizar riscos durante eventos esportivos.

Para organizadores, a responsabilidade envolve garantir uma estrutura alinhada ao porte da prova. A prevenção não se resume às recomendações aos atletas; inclui também planejamento eficiente, equipes preparadas e capacidade de resposta imediata diante de emergências.

A morte do empresário em João Pessoa reforça a necessidade de transformar o debate em prática. Corridas de rua devem ser espaços de superação e saúde, não de risco por falta de preparo. Em situações críticas, segundos podem ser o fator decisivo entre uma tragédia e uma vida preservada.

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